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Entrevista IV - Desidério Lázaro

1/4/2013

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Antes de mais fala-me um pouco de ti, do teu percurso.
Estou envolvido na música desde os 6 anos e desde os 15 que decidi que seria músico. Nesse sentido,  muitas das expetativas e projeções de uma vida enquanto adulto ficaram logo resolvidas nesse momento. Sou músico hoje e tudo se encaminhou de uma forma natural, tendo passado pelas escolas clássica (Conservatório de Faro e Setúbal), jazz (Hot Clube e Conservatório de Amsterdão) e de "rua" (vocalista de uma banda de rock, outros projetos pop).

Que mensagem ou sensações tentas passar na tua música?
Todas as que sentir no momento, enquanto músicos somos também atores e é um desafio viver a viagem de cada composição que se toca com as suas emoções inerentes.

Que qualidades admiras num músico e o que é que define para ti um bom músico?
Admiro precisamente essa capacidade de se envolver com a música que se está a tocar a partir do primeiro segundo, sem preconceitos, sem academismos, sem ego.

No Jazz, e não só, fala-se muito em respeitar a tradição. Que importância dás ao que se passou para trás? Achas que se respeita a tradição hoje em dia?
Dou total importância à tradição, ferramenta fundamental para se compreender tudo o que se faz e o que se fará. A tradição respeita-se em quem a respeita. É-me difícil fazer uma análise global, mas diria que não suficientemente.
"Nesse grande futuro, não podemos esquecer do nosso passado." - Bob Marley

Ainda em relação à tradição, que corrente mais te influenciou e que discos e músicos foram/são uma inspiração para ti?

O hard-bop. Coltrane, Miles, Wayne Shorter, Herbie Hancock, Bill Evans, Cannonball, Sonny Rollins, Hank Mobley

E coisas extra-musicais que te inspiram?
Artes marciais, meditação segundo a tradição budista, cinema, videojogos.

Que importância dás ao estudo? Praticaste muito enquanto estudante? Que conteúdos tinham mais ênfase na tua rotina diária? E hoje em dia o que é que praticas?
Total importância ao estudo. Pratiquei bastante, tenho pena de não ter a energia que tinha há 15 anos atrás mas hoje em dia também tiro mais partido do tempo que estudo. Tento (e tentava) dar foco a três aspetos que considero fundamentais: técnica, linguagem e improvisação

Tiveste ou tens aqueles fantasmas de 'deveria ter estudado o músico x ou o conteúdo y'? Como contrarias isso?
Tive e tenho de vez em quando, cada vez menos. Contrario agarrando-me a um pensamento que me tem acompanhado: a vida é longa, há tempo para tudo, para estudar tudo o que quisermos, a fundo. É preciso só paciência.

Muitas vezes a questão da técnica do instrumento é confundida com número de notas por segundo. O que é para ti a técnica do instrumento?
Técnica é tudo, som, ataque, articulação, afinação, dedos. Diria até que a rapidez dos dedos é o lado mais fácil da técnica.

E som do instrumento? Que idealizas para o teu som?
Idealizo tocar sempre relaxado, soprar bem, isso vai-se transformar logo num ótimo som.

Ficas nervoso quando entras em palco?
Fico.

E tens ou já tiveste pensamentos parasitas que influenciam a tua prestação? Do género 'O que é que estou aqui a fazer?!' 'O público não se cala??' ou 'Está ali a pessoa X na plateia, tenho de tocar bem!'. Como dás a volta?
Tenho, sim, e já tive. Tento concentrar-me na música que estou a fazer, se não tiver a tocar tento concentrar-me no que os outros estão a tocar ou na minha respiração.

Ouves rádio? 
Oiço, Antena2.

Interessa-te a música que se faz em Portugal? Qual a tua opinião acerca disso?
Interessa. Portugal precisava de um aspirador. Há uma cortina de fumo à volta que não permite que os músicos sejam livres para criar e para se sentirem músicos. A profissão é sub-valorizada, problema grave. Temos cada vez mais músicos mas não necessariamente qualidade. Não por falta dela mas porque há pouco espaço.

O que andas a ouvir ultimamente? 
Música clássica.

Em jeito de despedida, fala-me do que andas a fazer actualmente e o que é que te imaginas a fazer daqui a 10 anos?
Ando a preparar mais um disco do trio. Daqui a 10 anos imagino-me fora de Portugal, não sei ainda a fazer o quê.

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